“Desde o inicio do surgimento da pandemia que os pedidos de apoio começaram a aumentar substancialmente. A forte adesão por parte da população +65 e outras faixas etárias mas que fazem também parte dos grupos de riscos fica a dever-se, quer à forte divulgação deste serviço pela Junta de Freguesia e pela CMC nos canais digitais, quer através da divulgação pelos próprios beneficiários e pela população em geral.” explica José Filipe Ribeiro, Presidente da Junta de Freguesia de Alcabideche.
Os pedidos de ajuda que chegam pela Linha de Apoio Sénior são maioritariamente para a “compra de produtos de primeira necessidade, medicamentos, kits de proteção, levantamento de receitas médicas em vários estabelecimentos de saúde, levantamento de pensões, apoio psicológico, entre outros”
Os desafios que se colocam à Junta de Freguesia
José Filipe Ribeiro refere que o que tem surpreendido mais, para além do aumento de pedidos de apoio, “são idosos que vivem sozinhos, muitos deles que, pela primeira vez, contactam a Junta de Freguesia a solicitarem apoio social e psicológico” Outra realidade que destaca é “quantidade de famílias carenciadas que necessitam de apoio, em especial, através da doação de produtos de alimentares. Temos vindo também a verificar que existem muitas pessoas que nos contactam apenas para conversarem com quem as atende e aí poderem desabafar os seus próprios receios.”
Os desafios que se colocam à Junta de Freguesia neste momento “têm a ver quer com a disponibilidade e capacidade de dar uma resposta célere ao pedido que nos é feito.” Para isso, a coordenação entre todas as instituições da freguesia é fundamental para que nenhum pedido fique sem resposta. Os desafios são prosseguir “sem deixar ninguém para trás, connosco todos têm direito a uma resposta, e a capacidade para poder satisfazer as necessidades da população que recorre a este serviço e que cada vez mais tem uma maior procura.”
Os voluntários são uma mais-valia
Inicialmente, a Junta de Freguesia avançou para o terreno com os cinco colaboradores que ficaram disponíveis devido à impossibilidade de realizar atendimento presencial. As estes juntaram-se depois voluntários para realizar as entregas ao domicílio.
Mafalda Gomes, técnica superior da JF Alcabideche refere que atualmente a equipa de voluntários é composta por 50 voluntários, não contando com os escuteiros do agrupamento 550 de Manique do Corpo Nacional de Escutas: “tem sido fundamental a sua ajuda”. Estes estão inseridos nas escalas de serviço juntamente com os outros voluntários fazendo jus ao seu lema “Sempre alerta para servir”. Há voluntários de todas as idades, tanto homens como mulheres.
E depois da quarentena
Atualmente toda a atenção está focada nas pessoas que estão em confinamento, apoiá-las a nível alimentar, a nível de medicação, de outros bens de 1ª necessidade, fornecer-lhes kits de proteção, entre outros.
Num segundo momento, será preciso olhar não só para a parte económica mas também para a parte psicológica. Em relação à economia, a pandemia gerou uma crise económica sem precedentes num curto espaço de tempo. O crescente desemprego conduzirá a inúmeras situações de carência económica que levarão cada vez mais famílias a recorrer às instituições na procura de apoio. Por outro lado, a incerteza relativamente ao futuro poderá causar transtornos psicológicos, emocionais e até psíquicos, sendo fundamental estar-se muito atento. “É um grande desafio para a Junta, talvez o maior desafio” conclui Mafalda Gomes.
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